A Prefeitura de Ilhabela acredita que a leitura é indispensável para o desenvolvimento de uma formação educacional de qualidade, principalmente durante o Ensino Fundamental. É nessa fase que as crianças formam hábitos que podem ser levados para a vida inteira.
Por esse motivo, a Secretaria de Educação de Ilhabela está dando continuidade ao projeto Maleta Literária, que já possui um ano de desenvolvimento e distribui livros às crianças da rede municipal de ensino, promovendo o hábito da leitura entre os estudantes.
O incentivo é tão importante neste período que dados do Fundo Internacional de Emergência das Nações Unidas para a infância (Unicef) indicam que 56% das crianças brasileiras não foram alfabetizadas devidamente na fase esperada. A deficiência de aprendizado nos anos iniciais pode repercutir ao longo da vida, refletindo em dificuldades para interpretar textos e se expressar na forma escrita.
Desenvolvimento em sala de aula
De acordo com a secretária de Educação, Lídia Sarmento, o projeto engloba não só os livros, mas toda uma estratégia didática que inclui os temas das obras em sala de aula, incentivando o gosto pela leitura e o debate sobre o assunto apresentado pelo autor.
“Esse formato muito nos agrada, porque faz um trabalho literário com os alunos dentro da escola, trabalhando livro por livro, história por história. Ao final é realizado um trabalho, um debate, uma roda de conversa, um resumo. E no fim do ano, esse aluno leva a Maleta Literária para casa, começando a sua biblioteca particular em casa”, explicou.
Após um ano de projeto nas escolas, os professores já observam mudanças nos hábitos dos alunos com o desenvolvimento de habilidades sociais, correlações do universo literário com a vida pessoal e a capacidade de descrever ilustrações.
“É muito interessante como a oralidade vai ser desenvolvida, porque eles são capazes de descrever ilustrações e resgatam coisas do cotidiano deles. Eles falam: gostei mais disso ou daquilo. Constroem uma opinião e aprendem a escutar o que o amigo está falando. Eles também aprendem a ter um comportamento de leitor, a pegar o livro, manusear e cuidar, o então essa evolução é diária”, descreveu a professora do 1° ano, Victória Cristina de Souza Rossi.
O gosto pela leitura na sala de aula já criou um novo adepto disposto a trilhar o caminho de grandes escritores, conforme contou o aluno do 2° ano Joaquim. “Eu tenho oito anos. Quando fizer 12 vou fazer dois livros e quando eu fizer 43, pelo menos, vou fazer um livro com 50 páginas, chamado ‘Os animais e seus amigos’”, disse.