Para comemorar o mês do folclore e do aniversário de 220 anos de Ilhabela, professoras da Escola Municipal Prefeito Eurípedes da Silva Ferreira, da Barra Velha, trabalharam um pouco dos causos e lendas com alunos de terceiros anos. A ação foi coordenada pelas professoras Lenice Garcêz e Flavia Couto. Na última semana, as crianças foram presenteadas com a presença do Profº Adriano Leite, um caiçara que vem estudando a história do município há mais de 30 anos.
Adriano caracterizou-se dos personagens no qual contou a história de Antônio Inácio, um caiçara tradicional, morador da Praia da Figueira, que conversava com as cobras e descobriu ali seus dons de magia, quando começou a curar pessoas picadas por animais peçonhentos. Tornou-se, então, um grande curandeiro de Ilhabela e conhecedor de todas as ervas.
Em seguida, contou a história de Maria Perpétua Calafate de Souza, uma jovem que desembarcou na Ilha de São Sebastião por volta de 1810. Encantado com a sua beleza jovial, o capitão Antônio José Lisboa de Souza, militar, rico e influente na região, casou-se com ela e veio morar na Ilha de São Sebastião numa fazenda localizada no sul do vilarejo, na qual deu o nome do São Mathias. Hoje a fazenda é conhecida como Fazenda da Feiticeira, porque ali a mulher usou de magias para enricar.
O fim de Maria Perpétua foi trágico, porque, além de amealhar muita riqueza fazendo poções e vendendo, ela também cometeu muitos envenenamentos na região. Sentindo-se ameaçada, pediu ajuda dos escravos da fazenda para enterrar seu ouro com medo de ser saqueada por piratas. Após ajuda, ela se vinga e mata todos e dizem que até hoje escutam choro dos escravos. Perpétua ficou louca e sumiu nas matas.
Os trabalhos de contação de causos e lendas devem continuar em outras unidades escolares de Ilhabela.