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A visita do secretário de Desenvolvimento Econômico e do Turismo, Ricardo Fazzini, aos municípios de Foz do Iguaçu (PR) e Gramado (RS), foi o tema central da reunião deste mês do Comtur realizado ontem (3), no auditório do Paço Municipal. O conceito de benchmark foi a base dessa visita, ou seja, a ideia de observar e analisar as práticas utilizadas por empresas de setores semelhantes, buscando implementá-las no seu próprio negócio. A questão “Como estou me saindo em relação aos demais?” é algo natural e saudável para o crescimento e evolução nos negócios, sejam de quais áreas forem, e por esse motivo, a gestão atual de Ilhabela esteve por sete dias realizando visitas técnicas nos dois destinos citados e coletando dados e informações para aplicação de ideias semelhantes na ilha. Assim como Ilhabela, Foz do Iguaçu e Gramado vivem de turismo, ambos recebendo anualmente milhares de turistas e fazendo a economia girar ao abrigar eventos e convenções. Um dos apontamentos feitos é de que, durante a visita, pôde-se notar o forte conceito de indústria do turismo existente nos dois últimos. Para os comerciantes, rede hoteleira, gastronômica e de passeios, por exemplo, é clara a ideia de que se jogarem juntos, os negócios irão bem, mas se não estiverem em sintonia, os negócios podem afundar. Há uma consciência de que eles coexistem e que, por isso, o que um fizer afetará o outro. Dois pontos de destaque do Comtur foram as citações da autarquia Gramadotur e da criação do Complexo Turístico Itaipu, apresentados pelo secretário Fazzini como iniciativas nas quais Ilhabela pode se espelhar, já que são semelhantes à ideia da agência de desenvolvimento econômico e turístico na cidade, cultivada e já apresentada anteriormente por ele. A Gramadotur investe cerca de R$ 40 milhões em eventos, tendo como retorno, pelo menos, R$ 5 milhões anuais, sendo que em 2017 chegou a quase R$ 10 milhões. Já o Complexo Turístico Itaipu viu o déficit de verba ser totalmente superado no início de 2011, após uma reorganização administrativa. Houve a implantação do novo modelo de gestão do turismo, com valorização dos atrativos e cobrança de ingresso. As visitas ao Parque de Itaipu passaram a ser geridas pelos próprios responsáveis do complexo; eles passaram a ser gestores do próprio dinheiro. Sendo assim, tanto no caso de Gramado quanto de Foz, as ferramentas turísticas passam a ser retroalimentadas, o dinheiro gerado volta para as estruturas e possibilita constantes melhorias. O secretário Ricardo Fazzini frisou seu desejo de deixar como legado à população ilhéu um turismo que também se retroalimenta a partir dos equipamentos turísticos, gerido sempre pelo empresariado. “É necessária a participação das empresas para dar estabilidade aos negócios. No futuro, caso não tenhamos mais os royalties, hoje tão importantes, só conseguiremos um município sustentável com um turismo gerido pelo trade (troca comercial), com receita oriunda do próprio turismo”. As visitas também se estenderam a municípios próximos dos destinos centrais, como a cidade de Canela (RS), e proximidades de Foz do Iguaçu. Diversas iniciativas e diferentes projetos, na área de negócios, cultura, geração de emprego, políticas públicas, parceria entre entidades (desde sindicatos até associações), fomento à economia e mão-de-obra locais por meio de parques tecnológicos foram observados durante os sete dias de visita. Um dos pontos de conclusão dessa ação de benchmark realizada pela Secretaria de Desenvolvimento e do Turismo de Ilhabela foi de que, tanto Foz quanto Gramado prezam fortemente pela manutenção da cultura local, por preservar as características da cidade, criando uma identidade para o município. “Vivências como essa são de extrema importância para o crescimento do município ilhabelense, que pôde, nessa oportunidade, conhecer melhor as ações empresariais de dois grandes polos do turismo brasileiro e que, sem dúvida, poderão somar ainda mais no trabalho intenso e constante da nossa Secretaria de Turismo”, explicou o prefeito Márcio Tenório.