No intuito de fortalecer e identificar os pescadores e proprietários de petrechos cercos flutuantes, a Área de Proteção Ambiental Marinha Litoral Norte (APAMLN) fez a entrega na última quinta-feira (4/11), na Colônia dos Pescadores Z06, em Ilhabela, de carteirinhas de cadastro e certificados de “nada a opor” da Marinha do Brasil a 49 pescadores locais.
De acordo com a APAMLN, estes pescadores merecem ser reconhecidos como guardiões de conhecimento centenário, cuja prática representa a mais fiel relação do homem com o mar, além deste petrecho ser considerado um dos mais sustentáveis dentre as diversas artes de pesca artesanal.
“A chegada e permanência na região desta atividade, que tem sustentando há mais de 100 anos diversas famílias, merece ser reconhecida oficialmente e resguardada a quem é de direito, garantida sua continuidade, em seu território e maretório”, destacou a nota enviada pela APAMLN.
Estiveram presentes na cerimônia de entrega o biólogo Marcio José dos Santos, da APAMLN; Diego Hernandes Laranja, diretor adjunto da Fundação Florestal; Benedita Aparecida Leite Costa, “Dona Ditinha”, presidente da Colônia dos Pescadores de Ilhabela Z06; Cristiano Fernandes, da Secretaria de Meio Ambiente de Ilhabela; e a gestora do Parque Estadual de Ilhabela, Maria Inez Fazzini.
Sobre os cercos flutuantes
O cerco flutuante é um petrecho de pesca introduzido no Brasil por japoneses na década de 1920 e que continua sendo utilizado por caiçaras, no interior da APA Marinha Litoral Norte. Essa arte de pesca é responsável por uma das pescarias mais sustentáveis ambientalmente em função de seu método passivo, em que o peixe permanece vivo dentro da armadilha sem emalhar, até o momento da despesca. Isto torna seletiva a pescaria, permitindo a soltura dos peixes que não apresentam valor comercial, que não são alvo de consumo, que estejam em época de defeso ou, ainda, que sejam ameaçados de extinção.