No Dia Nacional da Cachaça, comemorado em 13 de setembro, Ilhabela dá um passo importante para preservar e valorizar sua história: por iniciativa do prefeito Toninho Colucci, o município terá em breve o Museu da Cachaça, que será instalado no Parque Fazenda Engenho D’Água.
“O Museu da Cachaça será um presente para a nossa história e para o futuro de Ilhabela. Queremos resgatar e preservar essa memória tão importante, transformando-a em um atrativo cultural e turístico, que vai gerar conhecimento, orgulho e desenvolvimento para nossa gente”, destacou o prefeito Toninho Colucci.
A iniciativa reforça um legado de mais de dois séculos na produção de açúcar e cachaça, que marcou a economia local e ainda hoje mantém viva a memória de gerações de trabalhadores e famílias caiçaras.
Dois séculos de história
Em Ilhabela, mais de 30 engenhos estiveram ativos ao longo do tempo, movimentando a economia, criando empregos e deixando marcas profundas na identidade cultural do arquipélago. No século XIX, a cidade já contava com 16 engenhos dedicados exclusivamente à aguardente. A produção chegou a ultrapassar 800 mil litros no século XX, impulsionada pela abundância de cana e pela técnica dos mestres alambiqueiros.
Em meados da década de 1950, 13 engenhos ainda funcionavam, a maioria movida por rodas d’água. O Engenho da Cachoeira da Toca segue até hoje em atividade, sendo o último em produção artesanal na cidade.
Fazenda Engenho D’Água
Fundada no final do século XVIII ou início do XIX, funcionava com roda d’água e foi um dos maiores polos da cana no arquipélago. Em 2015, o imóvel foi adquirido pela Prefeitura e transformado em espaço cultural, preservando aqueduto, represa, alambique e tonéis de grande porte.
Agora, com a criação do Museu da Cachaça, o espaço será ainda mais valorizado, tornando-se referência para moradores, visitantes e pesquisadores interessados em conhecer essa tradição.
Patrimônio cultural
Mais do que uma bebida, a cachaça representa um elo entre gerações, um testemunho da criatividade e da resiliência das comunidades locais. Em Ilhabela, sua história permanece viva nos engenhos preservados, nos relatos dos antigos produtores e no orgulho de manter uma tradição que atravessa séculos.