Ação promovida pela Prefeitura destacou que cada doador pode salvar até oito vidas e transformar a realidade de milhares de pessoas na fila.
No último sábado (27), a Prefeitura de Ilhabela, em parceria com a Santa Casa, realizou uma programação especial em alusão ao Dia Nacional da Doação de Órgãos. A iniciativa contou com uma caminhada de conscientização, com saída da Praça Allan Kardec, e o I Simpósio de Conscientização à Doação de Órgãos, realizado no Hospital Municipal Mário Covas Júnior.
O encontro reuniu médicos especialistas, pacientes e familiares para debater sobre transplantes, esclarecer dúvidas sobre o processo de doação e reforçar a importância da conversa em família sobre o tema. Houve ainda depoimentos emocionantes de pessoas que vivenciaram a experiência e mostraram na prática como esse gesto pode salvar vidas.
Durante o simpósio, o Dr. Luiz Fernando Haruo Minamihara, responsável técnico da Clínica Integrada de Nefrologia e Hemodiálise de Ilhabela, apresentou dados que reforçam a relevância da causa. Segundo ele, em 2025 já foram realizados 3.236 transplantes renais no Brasil e a expectativa é encerrar o ano com cerca de 6.500 procedimentos. No entanto, anualmente 10 mil novos pacientes entram na fila para transplante de rim, o que evidencia o déficit crescente.
Atualmente, a lista de espera para transplantes no país chega a 70 mil pessoas e, desse total, 38 mil aguardam especificamente um rim.
“O grande limitador hoje dos transplantes é a doação. O Brasil tem em torno de 16 doadores por milhão de habitantes, mas a necessidade é muito maior. Cada doação pode salvar até oito vidas, além de trazer benefícios com a doação de tecidos, como córneas, pele e ligamentos”, explicou o médico.
A secretária de Saúde, Lúcia Reale, ressaltou a relevância da mobilização em Ilhabela. “Este tipo de iniciativa é fundamental para ampliar a conscientização da população sobre a doação de órgãos. Mais do que informar, buscamos sensibilizar as pessoas para que conversem sobre o tema com suas famílias e entendam que cada doador pode transformar várias vidas”, destacou.
O Brasil é reconhecido internacionalmente pela idoneidade do seu sistema de captação. O país conta com o maior serviço público de transplantes do mundo e ocupa a quarta posição entre os maiores transplantadores globais. Ainda assim, a conscientização segue é considerada essencial para ampliar o número de doadores e reduzir as filas.
O evento reforçou uma mensagem central: a doação de órgãos é um ato de solidariedade capaz de salvar até oito vidas e trazer qualidade de vida a muitas outras pessoas por meio da doação de tecidos.