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O encerramento das oficinas do Projeto Tribuzana ocorreu na tarde desta terça-feira (18), no auditório do Paço Municipal, no Perequê, com a presença de autoridades. A solenidade marcou o fim de um ano de encontros quinzenais dos povos caiçaras da região. Esse inédito projeto, coordenado pelo Ministério Público Federal (MPF), junto à Prefeitura de Ilhabela, por meio da Secretaria de Desenvolvimento e Inclusão Social, foi uma ideia que deu certo, segundo todos os envolvidos. “O Tribuzana uniu os caiçaras e vai unir cada vez mais. Foi um projeto que nasceu em Ilhabela, mas vai pelo País afora. Com essa iniciativa, os caiçaras renasceram. Estamos unidos para vencer todas as lutas e batalhas”, disseram vários caiçaras presentes que fizeram o uso da palavra, caso de Felipe Caranha. “Se não fossem vocês (MPF, Prefeitura), essa família não teria o conhecimento que tem hoje. O Tribuzana vem ensinar o respeito que estava dentro do nosso peito”, disse, emocionado. Vários outros caiçaras falaram durante o evento sobre a importância das autoridades em investirem nas políticas públicas voltadas à valorização da cultura local e assegurar o protagonismo dessas comunidades. A representante da Procuradoria da República, Maria Rezende Capucci, falou que esse primeiro ano foi “um bom começo para uma jornada que vai longe”, e agradeceu o voto de confiança dado pelos caiçaras ao MPF e Prefeitura. Márcio Tenório, prefeito de Ilhabela, recebeu o documento de encerramento das oficinas das mãos dos caiçaras e lembrou sua origem, nascido na Praia da Fome, e reiterou seu compromisso de lutar pela valorização dessa cultura. “O Projeto Tribuzana é um marco na história ilhéu, um trabalho inédito que apoiamos, cumprindo um compromisso assumido”, disse Tenório lembrando de iniciativas que estimulam o empoderamento dos moradores das comunidades, caso da criação dos Projetos de Bambu (Ilha da Vitória), Juçara (Ilha de Búzios), a Comissão Técnicas das Comunidades Tradicionais e o empenho junto aos pescadores para defender a pesca artesanal. A secretária de Desenvolvimento e Inclusão Social, Nilce Signorini, falou da satisfação de participar de um projeto tão importante nacionalmente, como o Tribuzana. “É importante que os caiçaras tenham conhecimento de seus direitos e deveres para que fortaleçam suas tradições e continuem seu legado”, mencionou. Também estiveram presentes ao evento, além do prefeito Márcio Tenório, e da secretária de Desenvolvimento e Inclusão Social, Nilce Signorini, Maria Rezende Capucci (Procuradoria da República em Caraguatatuba), Adriana Lima Dauro Prado (Coordenação Nacional das Comunidades Tradicionais Caiçaras) e moradores de diversas Comunidades Tradicionais Caiçaras de Ilhabela, São Sebastião, Caraguatatuba e outros. Projeto Tribuzana As comunidades tradicionais caiçaras são detentoras de conhecimentos que constituem uma riqueza cultural de grande importância para a sociedade, por tal motivo, os grupos têm direito ao tratamento especial na legislação nacional e internacional. Visando garantir estes direitos, foi lançado em maio de 2017 o “Projeto Tribuzana”, que proporciona aos representantes das comunidades caiçaras e Ministério Público Federal discutirem sobre a vivência em grupo, orgulho e cultura caiçara. Com o objetivo de fortalecer a organização das comunidades, por meio da união desses moradores, os caiçaras deverão e poderão defender os seus direitos, sendo um deles a participação nas discussões e políticas públicas que afetam sua população, que passam a ser previamente consultadas antes da tomada de decisões.