Rodeada por águas cristalinas e marcada por uma beleza natural incomparável, Ilhabela se destaca no mapa brasileiro por uma característica única: é um dos poucos municípios-arquipélagos do Brasil e, entre eles, é considerado o maior.
Mas, o que isso significa na prática?
Um arquipélago é
um conjunto de ilhas próximas umas das outras, que pertencem a uma mesma formação geológica ou territorial.
Oficialmente chamado de município de Ilhabela, este é um dos poucos casos no Brasil em que um conjunto de ilhas forma um único município, com governo próprio, população residente e estrutura administrativa que abrange todas as suas ilhas e ilhotes.
Isso significa que Ilhabela é um arquipélago formado por várias ilhas e ilhotes, com administração unificada e identidade territorial única. O território dispõe das ilhas de São Sebastião, Búzios, Vitória e dos Pescadores, além de 11 ilhotes distribuídos ao redor da costa.
Ilha de São Sebastião: o coração habitado do arquipélago
A Ilha de São Sebastião é a
maior e mais populosa do arquipélago. É onde está concentrada quase toda a infraestrutura urbana, como escolas, hospitais, comércio, serviços públicos e a sede do governo municipal.
Nela também estão as praias mais conhecidas, parte das comunidades tradicionais e os principais pontos turísticos.
Ilha dos Búzios
Está situada à leste da Ilha de São Sebastião. É um dos arquipélagos que compõem o município e o Parque Estadual de Ilhabela.
A Ilha dos Búzios é
habitada por uma comunidade de caiçaras tradicionais, de cerca de 130 moradores, que vivem da pesca artesanal, da cultura de mandioca e bananas.
Na ilha não há praias, seu entorno é formado por costões rochosos e reentrâncias chamadas de sacos, proporcionando variados perfis para os mergulhos.
Ilha da Vitória e dos Pescadores
A ilha é
habitada por uma pequena comunidade, com cerca de 50 moradores, que vivem da pesca e agricultura, além de preservar o modo simples e tradicional caiçara de vida.
Fica ao norte da ilha principal, com acesso apenas por barco, a cerca de 40 minutos, contados a partir da saída da Praia do Jabaquara. O local é um ótimo ponto de mergulho e pesca esportiva.
As outras ilhas e ilhotes que formam Ilhabela
Além das mencionadas acima, o arquipélago conta com uma série de ilhas e ilhotes menores, de extrema importância ecológica e paisagística.
Ilhote das Cabras (2 ilhotes)
Existem dois ilhotes registrados com o mesmo nome. O primeiro está localizado próximo à Ilha da Vitória, ao leste da Ilha de São Sebastião. Trata-se de uma simples formação rochosa, sem atrativos turísticos.
Já o segundo é um dos destinos mais procurados pelos visitantes. Localiza-se no início do lado sul de Ilhabela, em frente à Praia das Pedras Miúdas, da qual está separada por um canal de 200 metros de largura e 12 metros de profundidade.
Nesse ponto, encontra-se o
Santuário Ecológico Submarino, área protegida por lei desde 1992, que proíbe a caça e a pesca submarina. As águas da região abrigam uma rica biodiversidade marinha, como peixes ornamentais, tartarugas, estrelas-do-mar e, ocasionalmente, cavalos-marinhos. Além da transparência das águas e da vida marinha, os mergulhadores também podem visitar uma estátua de Netuno submersa a 7 metros de profundidade, onde se formam corais que atraem ainda mais espécies.
Esse ilhote também será o local da
primeira ilha-museu do Brasil, projeto idealizado pela Fundação Florestal, em parceria com a Unesco, que reunirá elementos da cultura, da biodiversidade e da história do povo do Litoral Norte de São Paulo.
Ilhote da Prainha
O Ilhote da Prainha está situado em frente à Praia do Julião, na região sul de Ilhabela. A praia, antigamente conhecida como Prainha, deu origem ao nome do ilhote. É um local bastante procurado para a prática de
mergulho livre, com águas calmas que abrigam tartarugas marinhas e diversos peixes em piscinas naturais. O ilhote também é habitat de um importante ninhal de aves migratórias. Está localizado a aproximadamente 300 metros da praia e possui desembarque proibido.
Ilhote do Codó
Localizado na enseada das Enchovas, próximo ao Ilhote da Figueira e um pouco após a praia do Bonete, o Ilhote do Codó é uma formação rochosa que serve, em determinados períodos do ano, como ponto de parada para colônias de trinta-réis, aves marinhas migratórias, durante a temporada reprodutiva.
Ilhote da Figueira
Formação rochosa alongada, sem vegetação, localizada no sudoeste de Ilhabela, próximo ao Ilhote do Codó. Conhecido por ser um
bom local para mergulho, especialmente em dias de vento leste, está dividido por um estreito canal.
O ilhote não deve ser confundido com a Praia da Figueira. Apesar do nome, está mais próximo do Bonete do que da própria Figueira.
Ilhote das Galhetas (2 ilhotes)
Antigamente conhecidos como “Calhetas”, apesar de estarem grafados nos mapas como ilhas, tratam-se de
dois dos menores ilhotes de Ilhabela. São excelentes pontos para mergulho raso e protegido. Suas costeiras são formadas por grandes pedras e abrigam tocas e grutas, com fundo de areia ao redor. Na área, é comum avistar grandes cardumes, além de lagostas, polvos, diversas tartarugas, garoupas e moreias, que dividem o habitat com uma ampla variedade de espécies marinhas coloridas.
Ilhote da Lagoa
O ilhote de Castelhanos é uma pequena ilha rochosa localizada em frente à Praia de Castelhanos, próximo ao Canto da Lagoa, que deu origem ao nome do ilhote.
Pode ser visto do Mirante do Coração, que oferece uma bela paisagem e um cartão postal único.
Ilhote do Ribeirão
Também próximo à Praia de Castelhanos. De um lado, temos o Ilhote da Lagoa e, do outro, o Ilhote do Ribeirão, cada um em uma extremidade da praia.
Esse último está localizado na parte norte de Castelhanos, fica mais próximo à comunidade do Ribeirão e mais visível da praia, para contemplação.
Ilhote da Serraria
O passeio de barco até a Praia de Castelhanos inclui a passagem por vários atrativos naturais, entre eles o ilhote rochoso chamado Ilhote da Serraria. Localizado a aproximadamente 1h30 de lancha da Praia do Perequê, no centro de Ilhabela, e fica próximo à praia que leva o mesmo nome, Serraria, com belezas exclusivas para os visitantes.
Para os apreciadores da pesca, o ilhote é frequentemente um ponto de encontro dessa atividade. Além disso, serve ocasionalmente como local de parada para aves marinhas, como os atobás, e está situado em uma região por onde a baleia-jubarte costuma passar durante sua temporada.
Ilhote da Sumítica
Localizado à leste da Ilha de São Sebastião, este é mais um dos ilhotes que integram o Parque Estadual de Ilhabela, junto com as ilhas de São Sebastião e de Búzios. Durante a navegação na região, é frequente o
avistamento de grupos de golfinhos-nariz-de-garrafa, baleias-de-Bryde e até mesmo de jubartes. A ilha não possui praias, sendo rodeada por costões rochosos e reentrâncias conhecidas como sacos, que oferecem diferentes perfis para a prática do mergulho.
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Preservação ambiental e identidade cultural
A maior parte dessas áreas faz
parte do Parque Estadual de Ilhabela, o que garante proteção ambiental rigorosa, com acesso controlado e estímulo ao turismo de baixo impacto. Além da paisagem natural, Ilhabela também abriga comunidades tradicionais caiçaras, quilombolas e indígenas, cuja história está entrelaçada à geografia do arquipélago, o que torna Ilhabela não apenas uma ilha bonita, mas um arquipélago com estrutura de cidade, cultura viva, história rica e natureza preservada.
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