Na última sexta-feira (25), a Prefeitura de Ilhabela, por meio do Núcleo de Educação em Saúde da
Secretaria de Saúde, realizou dois eventos simultâneos sobre
doenças e enfermidades ligadas ao fígado. As ações focaram na Atenção Primária e na prevenção, em alusão à campanha Julho Amarelo, mês da luta a favor da eliminação das hepatites virais.
O IV Simpósio de Hepatites Virais e a II Conferência sobre Doença Hepática Gordurosa para Atenção Primária ocorreram no auditório da
Biblioteca Nilce Signorini, na Barra Velha.
A programação foi voltada para médicos, enfermeiros, agentes de saúdes, técnicos de enfermagem, educadores físicos, nutricionistas, psicólogos, endocrinologistas e cardiologistas. Durante o evento, foram abordadas as principais dificuldades e estratégias para a micro e macro eliminação das hepatites B e C, com destaque para o desafio como um problema de saúde pública.
Além disso, foram contemplados os passos necessários para o alcance das metas da Organização Mundial de Saúde até 2030, com referência às doenças hepáticas. Para atingir as metas, o Ministério da Saúde entende que é necessária uma melhor distribuição do diagnóstico e do tratamento, o que ressalta a importância da Atenção Primária, considerada a porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS). Nessa proposta,
Ilhabela se destaca por sua atuação preventiva e tratamento dentro da rede de saúde pública.
“Podemos dizer que Ilhabela está na vanguarda, pois esse trabalho já é realizado há alguns anos na cidade e conseguimos realizar a micro eliminação da Hepatite C, que é raramente encontrada no município graças as testagens rápidas e ações de conscientização”, ressaltou a médica hepatologista de Ilhabela Marcia Iasi.
Hepatite A
Especificamente sobre a Hepatite A, foi abordada a mudança na epidemiologia da doença, que desde 2007 registra crescimento no número de casos. O cenário reforça a necessidade de
ampliar a vacinação, principalmente para a população adulta, de forma universal.
No país, a vacinação para hepatite A ocorre desde 2014 para crianças e para alguns grupos especiais, como grávidas, pessoas com HIV e com doença hepática crônica. Contudo, a ampliação da cobertura para os demais grupos é uma das lutas no combate às doenças do fígado.
“Recentemente o Ministério da Saúde publicou uma Nota Técnica autorizando a vacinação para todas as pessoas que usam PREP, medicamento que evita a contaminação pelo HIV. É um passo importante, mas o ideal é a universalização para que a vacina alcance a todos”, complementou a médica.
Doença Hepática Gordurosa
Assim como nos casos de hepatite causada por vírus, a Atenção Primária também tem atuação fundamental na Doença Hepática Gordurosa, mais conhecida como “gordura no fígado”. As equipes têm expertise para localizar os grupos de risco da população nos territórios, assim como os indicadores de fatores de risco, tais como obesidade, sobrepeso e diabetes tipo II. Essas condições podem acarretar o acúmulo de gordura com inflamação e, caso não haja tratamento, evoluir para doenças como cirrose e câncer no fígado.
Com treinamento e capacitação, os médicos aprendem a identificar os níveis de risco e os pacientes que precisam de tratamento na Atenção Primária, os quais correspondem a cerca de 75% do total, e selecionar aqueles de maior gravidade para encaminhamento ao médico especialista.
Em Ilhabela, há diversos dispositivos para o tratamento da obesidade, sobrepeso e diabetes, com recursos multidisciplinares que congregam nutricionistas, psicólogos e a Academia da Saúde, formando uma rede terapêutica de soluções que se complementam e reforçam o processo de cura.
Equipe de palestrantes
O evento teve a participação da Professora Doutora e hepatologista Ana Cláudia de Oliveira, docente da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), além da equipe de especialistas de Ilhabela formada pela médica hepatologista Marcia Iasi, o cardiologista Carlos Macknavicius, o infectologista Leandro Bernardo, os médicos da família Matheus Barreira e Maria da Paz Souza e a enfermeira Elisandra Antônia da Silva.
Para saber mais sobre doenças hepáticas
Nesta sexta-feira (28), às 19h30, a médica hepatologista Márcia Iasi atua como moderadora da live “Por que os Casos de Hepatite Dispararam no Brasil?”, com a presença dos hepatologistas Drª Maia Lucia Ferraz e Dr. Isaac Altikes.
A live é promovida pela Associação Paulista para o Estudo do Fígado (APEF) e será transmitida pelo Instagram da instituição “@apefigado”.