De acordo com Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (IGc/USP), do ponto de vista geológico o município é formado por 19 ilhas, ilhotes e lajes, sendo a principal a Ilha de São Sebastião, com quase 350km², o que a torna a maior ilha continental do país.
Isso significa que, ao contrário das ilhas oceânicas, ela já fez parte do continente.
Ao longo de milhões de anos, o aumento do nível do mar e recuo da área continental devido à erosão criaram o arquipélago que vemos hoje e toda a sua geodiversidade. As rochas da ilha principal registram fases distintas da história geológica.
Em Ilhabela, existem picos com altitudes superiores a mil metros e que se destacam no relevo, como o Baepi. Eles foram formados há aproximadamente 80 milhões de anos e, com o tempo, as rochas vulcânicas da parte superior foram erodidas e expuseram as rochas mais profundas.
Devido à sua formação mais recente, os picos sofreram menor erosão, de forma que eles se destacam na paisagem. Diversas outras rochas de origem magmática também se encontram espalhadas pela ilha principal, como é o caso da Praia de Garapocaia, onde está a Pedra do Sino e que recebe esse nome devido ao badalar que emite quando colidida com outras pedras ou materiais densos.
Pesquisas arqueológicas realizadas desde o final da década de 1990 mostram que pelo menos quatro das ilhas do arquipélago de Ilhabela foram habitadas muito antes da chegada dos europeus ao Brasil.
Arqueólogos concluíram que os primeiros habitantes do arquipélago foram os chamados "homens pescadores-coletores do litoral", indígenas que não dominavam a agricultura e nem a produção de cerâmica, motivo pelo qual sobreviviam apenas do que encontravam na natureza, especialmente animais marinhos.
Também foi encontrada na ilha principal grande quantidade de cerâmica indígena da tradição Itararé, possivelmente produzida por indígenas do tronco linguístico macro-jê.
Em 1502, ocorreu a primeira expedição exploradora enviada ao Brasil pelos portugueses, comandada pelo navegador português Gonçalo Coelho. A viagem trouxe o cosmógrafo italiano Américo Vespúcio, que encontrou uma grande ilha que, segundo o aventureiro alemão Hans Staden, era chamada pelos tupis de Maembipe ("lugar de troca de mercadorias e resgate de prisioneiros").
A ilha foi batizada pelos membros da expedição com o nome do santo do dia, São Sebastião. Também se diz que era chamada pelos indígenas por Ciribaí (lugar tranquilo).
O português Francisco de Escobar Ortiz foi o primeiro povoador da Ilha de São Sebastião, onde obteve, de Pero Lopes de Sousa, donatário da capitania, cem léguas de terra. Em 1608 chegariam outros sesmeiros que viriam a se estabelecer em ambas as margens do Canal de São Sebastião.
No começo do século XIX, quando a Ilha de São Sebastião contava com cerca de três mil habitantes, foi iniciado um movimento por sua emancipação.
Em 3 de setembro de 1805, foi expedida a portaria que elevou a antiga Capela de Nossa Senhora D'ajuda e Bom Sucesso à condição de Vila, denominada Vila Bela da Princesa, em homenagem à Princesa da Beira, Dona Maria Teresa de Bragança. A princesa era irmã de D. Pedro I e filha mais velha de D. João VI e D. Carlota Joaquina.
Assim, Vila Bela da Princesa foi oficialmente instalada em 23 de janeiro de 1806.
O nome da cidade mudou ao longo dos anos, mas manteve a terminação “Bela” durante quase toda sua história, de modo a evidenciar a qualidade cênica de suas paisagens.
Após Vila Bela da Princesa, também já foi chamada de Vila Bela e por imposição do governo ditatorial de Getúlio Vargas teve o nome alterado em 1939 para Formosa.
Inconformados, os moradores iniciaram um movimento popular contra o novo nome até que, em 30 de novembro de 1944, o governo estadual baixou o decreto nº 14.334, o qual instituiu o nome Ilhabela em 1945.
O nome correto é Ilhabela, tudo junto.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e de acordo com os dados do Censo de 2022, a projeção feita para 2024 é de 36.329 habitantes.
Dados da Secretaria de Saúde de Ilhabela, no entanto, indicam que a população já superou a marca de 40 mil habitantes.
Não existe qualquer registro histórico de que a princesa Maria Teresa de Bragança, que foi homenageada pelos primeiros nomes do município, tenha visitado a cidade ou morado na região.
Os naturais de Ilhabela recebem o nome gentílico de “Ilhabelenses”.
No passado, em busca de melhores condições médicas, algumas famílias buscavam hospitais de cidades próximas para o parto.
Contudo, desde a criação do Hospital Municipal Governador Mario Covas Junior, há 23 anos, os moradores da cidade possuem toda a segurança e cuidado para o nascimento de novos “ilhabelenses”.
Em 2024, um vídeo nas redes sociais viralizou ao mostrar um dos picos de Ilhabela em um ângulo que parecia o cume de um vulcão.
O episódio consiste em uma brincadeira, uma vez que o Brasil está posicionado no centro de uma placa tectônica e, por esse motivo, não existem vulcões no país.
Apesar disso, conforme mencionado anteriormente, as rochas que formam parte do território do arquipélago são de origem magmática, ou seja, de lava vulcânica.
Fontes: Roteiro da Geodiversidade e Geossítios do Norte de Ilhabela, produzido pelo Núcleo de Apoio à Pesquisa em Patrimônio Geológico e Geoturismo (GeoHereditas), sediado no Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo e site da Câmara Municipal de Ilhabela: https://www.camarailhabela.sp.gov.br/.