O último fim de semana em Ilhabela (12 e 13) foi marcado por uma programação diversa, com ações que celebraram a cultura afro-brasileira, promoveram o pertencimento e levaram arte, memória e resistência para diferentes territórios da cidade.
Atividades como oficina, capoeira, festival e contação de história fizeram parte da agenda ao longo dos dois dias. Veja detalhes sobre cada uma delas:
Oficina
No sábado (12), o Museu de Cultura Afro-Brasileira, localizado na histórica Fazenda Engenho D’Água, foi o cenário para atividades que uniram tradição, criatividade e troca de saberes. A oficina “Patuá é proteção, carinho e ancestralidade”, conduzida pela artista visual Daniela Aquino, convidou visitantes a contemplar artes feitas ao longo do projeto, em que os
participantes confeccionaram seus próprios amuletos com liberdade criativa. O enfoque no bordado em um espaço seguro, feminino e afetivo resultou em verdadeiras obras de arte.
Capoeira
Ainda no sábado, o projeto “Capoeira Capoeiragem – Semear pela Cidade” realizou uma vivência gratuita aberta ao público com o Mestre Bisouro e seu grupo. A atividade
apresentou os ritmos e instrumentos da capoeira e das culturas de matriz africana, como atabaques, agogôs e pandeiros, que reforçaram o papel da capoeira como ferramenta de resistência e identidade cultural.
“A gente tem que sempre lutar pela nossa cultura, a gente não pode deixar a nossa cultura morrer, né? Então, não importa se tem 50, 200 ou mais pessoas participando e aprendendo sobre... o que importa é ter a nossa cultura sempre viva”, destacou o Mestre, que atua há mais de 30 anos no município.
Festival Kalunga
Já no domingo (13), a Escola Municipal Júlio Cezar de Tullio, localizada no alto da Barra Velha, recebeu a grande festa de encerramento do Festival Kalunga: arte, memória e resistência afro-brasileira em Ilhabela, um evento significativo de valorização da cultura negra no município.
Idealizado por artistas e coletivos locais, o Festival Kalunga propôs descentralizar a cultura e ocupar com arte os territórios periféricos da cidade, especialmente a comunidade do Zabumba. A programação reuniu
rodas de conversa com lideranças negras,
oficinas culturais,
apresentações de música e dança afro-brasileira, além da tradicional
anguzada comunitária, símbolo de partilha e resistência. O encerramento contou com muita animação com discotecagem, baile charme, poesia, rima e o show do grupo de pagode Firma Ponto. As expressões artísticas reafirmaram a potência da cultura preta como presença viva e transformadora.
Contação de histórias
Paralelamente, o projeto “Fio de Conta: contos, cantos e encantos” encantou o público com contações de histórias e leituras que dialogam com identidade e memória, oficina artística de ilustração e música ao vivo. A proposta foi oferecer uma
experiência sensível com a literatura e o universo narrativo afro-brasileiro.
Todos os projetos foram viabilizados pela Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB 2024), do Ministério da Cultura, Governo Federal, com apoio da Prefeitura de Ilhabela, por meio da
Secretaria de Cultura.
Mais do que uma agenda cultural, o fim de semana foi uma demonstração viva de como arte, educação e memória podem transformar territórios, conectar gerações e valorizar as raízes afro-brasileiras que moldam a identidade de Ilhabela.